Pelo direito à diferença, contra o racismo

Não se pode definir o racismo como a preferência pela endogamia, que é algo que procede da livre escolha dos indivíduos e povos (o povo judeu, por exemplo, deve a sua sobrevivência à recusa do casamento misto).

Face à inflação de discursos simplificadores, propagandísticos e moralizantes, é preciso voltar ao verdadeiro sentido das palavras: o racismo é uma teoria que postula que entre as raças existem diferenças qualitativas de tal ordem que seria possível distinguir-se raças globalmente “superiores” e raças globalmente “inferiores”, ou que o valor de um indivíduo se deduz inteiramente da sua pertença a uma raça, ou que o facto racial constitui o factor central de explicação da história humana. Estes três postulados podem ser defendidos em conjunto ou separadamente. Os três são falsos. Se é verdade que as raças existem e divergem em relação a critérios estatísticos isolados, não há entre elas diferenças qualitativas absolutas. Por outro lado, não existe nenhum paradigma que determine a espécie humana e permita hierarquizar globalmente as várias raças. Finalmente, é evidente que o valor de um indivíduo reside, antes de tudo, nas suas próprias qualidades.

O racismo não é uma doença do espírito, engendrada pelo preconceito ou pela superstição “pré-moderna”, como nos diz a fábula liberal que remete para a irracionalidade a fonte de todo o mal social: o racismo é uma doutrina errónea, historicamente fechada, cuja origem se deve procurar no positivismo científico, que pretendia medir “cientificamente” o valor absoluto das sociedades humanas, e no evolucionismo social, que tende a descrever a história da humanidade como uma história unitária dividida em diversos “estados”, cada um dos quais correspondendo a diferentes etapas do “progresso” (e em que determinados povos seriam, provisória ou definitivamente, mais “avançados” que outros).

Face ao racismo, há um anti-racismo universalista e um anti-racismo diferencialista. O primeiro conduz indirectamente aos mesmos resultados que o próprio racismo que denuncia: ao ser tão alérgico como este último às diferenças, o anti-racismo universalista não reconhece aos povos mais do que a sua comum pertença à espécie, e tende a considerar as suas identidades específicas como transitórias ou secundárias. Ao reduzir o Outro ao Igual, numa perspectiva estritamente assimilacionista, torna-se incapaz, por definição, de reconhecer e respeitar a alteridade em si mesma. Pelo contrário, o anti-racismo diferencialista, no qual o GRECE se revê, considera que a humanidade é valiosa pela sua irredutível pluralidade. Assim, esforça-se por outorgar um sentido positivo ao universal, não contra a diferença, mas sim a partir dela.

Para a nossa corrente de pensamento, a luta contra o racismo não passa pela negação das raças nem pela vontade de as fundir num conjunto indiferenciado, mas sim pela recusa simultânea da exclusão e da assimilação. Nem apartheid, nem melting-pot: aceitação do outro enquanto outro, numa perspectiva dialogante de mútuo enriquecimento.

- Alain de Benoist & Charles Champetier, Manifesto para um Renascimento Europeu

posted by Nacionalista @ 7:40 da tarde,

8 Comments:

At 10:02 da tarde, Blogger PlanetaTerra said...

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-> Uma Observação Óbvia: Existem Raças com uma Taxa de Crescimento Demográfico MAIOR do que a de outras Raças...


-> UMA QUESTÃO ÓBVIA: O que é que podemos fazer para impedir que as Raças com uma menor Taxa de Crescimento Demográfico... sejam submergidas... pelas Raças com uma Taxa de Crescimento Demográfica MAIOR... isto é... o que é que podemos fazer para garantir que TODAS as Raças possam ter o SEU espaço no Planeta???

-> RESPOSTA ÓBVIA: Reivindicando o LEGÍTIMO Direito ao Separatismo!!!...

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At 12:20 da manhã, Blogger Rodrigo N.P. said...

Eu percebo onde o Benoist e o Champetier querem chegar mas não concordo com o que está escrito neste excerto do manifesto. Talvez seja uma demanda de credibilidade, ou de aceitação, talvez seja o entendimento de uma necessidade de relativizar certas questões para melhor prosseguir o "entrismo" político, não sei se de facto acreditam no que aí vem, mas se há crítica a que reconheço razão ao Faye em relação à estratégia política do Benoist é que a aceitação de certos paradigmas da esquerda não levou o GRECE a lado algum, talvez mesmo pelo contrário. Se o GRECE se pretende dizer anti-racista excelente, mas creio que deveriam ter postulado a questão de outra forma.

«o racismo é uma teoria que postula que entre as raças existem diferenças qualitativas de tal ordem que seria possível distinguir-se raças globalmente “superiores” e raças globalmente “inferiores”, ou que o valor de um indivíduo se deduz inteiramente da sua pertença a uma raça, ou que o facto racial constitui o factor central de explicação da história humana. Estes três postulados podem ser defendidos em conjunto ou separadamente. Os três são falsos.»

Eu direi que tanto a contexrtualização do racismo aqui feita como as conclusões retiradas são, isso sim, falsas.

 
At 8:17 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Subscrevo integralmente o que o Rodrigo Nunes refere, já que essa estratégia demonstrou ser um erro tremendo e como bem referes, Faye denunciou e desmontou magistralmente.

 
At 9:41 da tarde, Anonymous Anónimo said...

É fácil criticar.
Qual foi a alternativa que o Faye apresentou?

 
At 11:01 da manhã, Blogger Flávio Santos said...

Neste texto Benoist afirma-se contra o melting pot, não sei em que é que o Rodrigo aqui vê coincidência com as perspectivas da esquerda.
Posteriormente, e infelizmente, o autor parece ter abdicado desta posição, resignando-se ao status quo da presença de milhões de imigrantes extra-europeus no nosso continente. Mas no texto citado, repito, não me parece que a sua perspcetiva esteja errada.

 
At 7:13 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Caro anónimo, não é fácil criticar, aliás a crítica constructiva apenas está ao alcançe de uns quantos e Faye encontra-se nesse grupo, já que demonstrou magistralmente que essa estratégia oportunista estava ultrapassada e que o comunitarismo propagandeado por Benoist não é melhor que o assimilacionismo promovido pelos multiculturalistas do sistema. A única hipótese que resta à Europa é a repatriação, inicialmente voluntária e se assim não for, forçada dos invasores. Quanto aos custos de tal repatriação terão de ser os capitalistas que a promoveram a custear a mesma obviamente. Quem julgar que é possível criar comunidades imigrantes no nosso território, permintindo que essas pessoas mantenham os seus hábitos e costumes, apenas contribui para novos Kosovos. Nem assimilação, nem comunitarismo, repatriação!

Ah e já agora, fica-lhe mal não assinar os comentários, já que não percebo o que teme.

No que concerne ao comentário do FGSantos, este trecho consta de um texto bem maior e onde é perceptível a inclinação esquerdoide de Benoist, talvez na esperança de não ser rotulado nazi-fascista pelos meios de comunicação do sistema que ele adulou tanto.

 
At 7:12 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Quem no dia a dia trabalha com imigrantes sabe muito bem que a conversa do imigrante coitadinho é só para as televisões.
Nos locais de trabalho eles já utilizam uma linguagem arrogante.
Esqueçam essa hitória do repatriamento VOLUNTÁRIO.

 
At 8:26 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Companheiro anónimo, a repatriação voluntária é o termo que se dá para os imigrantres que compreendam a bem que estão a mais, que este não é o seu país, que aqui não são bem vindos, que não os queremos cá e que eles se devem mancar e pôr se a andar! Capice????

 

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