Nacional-sindicalismo
quinta-feira, fevereiro 16, 2006
Desta distinção entre liberalismo e capitalismo nasce em boa medida a nossa entre propriedade privada e propriedade capitalista. Recordemos que José António Primo de Rivera considerava que enquanto a propriedade privada era um atributo humano essencial, uma projecção directa do Homem sobre as suas coisas, a propriedade capitalista era exactamente o contrário: a propriedade inumana, anónima e exploradora dos que, sem trabalhar, arrecadam a melhor parte da produção (os juros, os dividendos, as rendas, etc.), utilizando o capital não como um instrumento ao serviço da produção, mas sim como um instrumento técnico de dominação económica que atinge a categoria de factor fundamental da produção, e supostamente com direitos próprios que o elevam, inclusivamente, acima do trabalho.
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Outra explicação fundamental que convém ter presente é a distinção entre empresário e capitalista. O empresário é aquele que com o seu talento empreende e dirige uma empresa, mas que não deixa de ser um trabalhador. O capitalista é aquele que funda o seu título de propriedade dos meios de produção no facto de ser o dono do capital. O capitalista pode ser empresário ao mesmo tempo (coisa muito normal), mas nem sempre é assim. De facto, é cada vez mais frequente vermos empresários não-capitalistas que actuam como meros gestores contratados por uma junta de accionistas. Para nós o empresário é um trabalhador e é, portanto, necessário à empresa. O capitalista não.
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É para nós evidente que no sistema de salariado o trabalhador vende-se a si próprio. Não é em vão que o contrato de salariado tem a sua origem no arrendamento de escravos romano. A cruel expressão “mercado de trabalho” limita-se a reflectir a ideia imperante do trabalhador como um elemento mais da produção, como um factor produtivo que se compra e vende. Por isso recusamos tal expressão de forma rotunda e sem reservas.
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Para nós a mais-valia é o fruto da produção, e por tanto não é criada pelo capital, mas sim pelo trabalho. O capital por si só não gera mais-valias. Necessita da intervenção do trabalhador para ter um valor acrescentado e por isso cremos que ele é o seu legítimo proprietário.
- Jorge Garrido San Román, El Nacionalsindicalismo como alternativa al capitalismo
posted by Nacionalista @ 12:26 da manhã,