A vida como Milícia

A vida é uma missão.
O simples viver traz já consigo a ideia de servir e de lutar. Servir e lutar pelo Bem, frente ao Mal; pela Verdade, frente ao Erro; por Deus frente a Satanás.
Nesta luta, cujo âmbito é universal, as diversas Pátrias represen­tam na superfície da Terra, numerosas frentes. Cada Pátria tem para si um sector especial de combate. Dum lado estão os defensores do Homem, que confiam nos valores espirituais, que acreditam nas certezas divinas e na continuidade «in aeternam» da Nação; do outro os adora­dores da matéria, os negadores da Pátria, os fanáticos do Anti-Cristo.
Urge pois, militarizar a vida.
Dar-lhe aquele carácter de milícia, que as antigas ordens de cava­laria possuíam, e que não era mais do que uma escola de honra, de virtudes, de disciplina, de sacrifício.
Transcrições de antigos livros de cavalaria falam «nessa formosa companhia de nobres homens que foram ordenados para defender a terra e acrescentá-la» e só à ordem pertenceria quem não temesse «a morte por sua Lei», nem sacrifício por sua «Terra», e que pedisse a Deus que o «guiasse a seu serviço».
A guerra não é só, necessariamente, origem de destruições totais e de morte.
É, também, escola de nobreza, de valor, de lealdade, de ordem, de abnegada camaradagem, de amor a Deus, à Pátria e à Grei.
São estas as virtudes da Milícia, ou melhor, da vida como Milícia, pelas quais se lhe pretende dar um sentido sério, de verdade luminosa, de austeridade integral, de disciplina rigorosa, de camaradagem sentida, de serviço e sacrifício.
Negar a vida como assim a vemos, é militar no campo do adversário, é viver a vida do egoísta, do imoral, do indiferente criminoso, é auxiliar a trincheira do inimigo da Ordem, do demolidor da Tradição, do carrasco do Divino, do partidário consciente da Anti-Nação.
Vindos do Oriente, sopram sobre a terra os ventos da tempestade e da escuridão — só militarizando a vida, só aceitando as virtudes do guerreiro, poderemos enfrentar o poder diabólico do inimigo externo e interno das nossas Pátrias e da nossa cultura.
Não confundamos, contado, o espírito militar com o espírito guerreiro.
Ter espírito guerreiro é amar os combates, pelo que têm de perigo, é ter a paixão da vitória, a bravura temerária, que tanto pode conduzir ao triunfo como à derrota. Os homens dotados de espírito militar pre­ferem a paz à guerra. Não a paz falsa, dissolvente, imoral, e profun­damente materialista; mas, sim, a paz activa, previdente, benéfica que traz às nações a certeza dos seus destinos, a garantia da ordem e do trabalho; a calma necessária para ensinar às novas gerações, no caminho da honra, o gosto pela iniciativa, a firmeza de carácter, o amor da Pátria, e o sacrifício pessoal frente aos interesses do Bem Comum.
O falarmos em militarizar a vida, não é também tentar transformá-la numa parada arrogante, em quartel de orgulho, ou caserna de ambição. É dotá-la da virtude para servir a Deus e ao próximo, à Nação e à Grei, com alegria e entusiasmo, com devoção e fé, com consciência e inteligência.
Foi militarizando a vida e aplicando aos conflitos do espírito os princípios eternos da milícia, que as gestas dos legionários europeus em África, na Rússia e na Espanha, marcaram uma época e afirmaram uma fé. Mas o sacrifício dos nossos mortos não foi suficiente perante as investidas do demo-marxismo internacional, e em cada uma das nossas Pátrias, os partidários da desordem pululam. Para os aniquilar, por­que a luta é de vida ou de morte, não podemos contar com os dúbios, com os fracos de vontade, porque esses nunca poderão levar a bom fim, os grandes feitos, que o momento exige. Para os vencer, não chegam as palavras ou as armas.
É preciso — fé ardente, harmonia perfeita entre as ideias e a vida, de modo que esta assuma aquele carácter de responsabilidade e missão divina que Cristo lhe atribuiu, quando afirmou aos que o ouviam — «Eu venci o Mundo, e com a minha graça, também vós o vencereis».

posted by Nacionalista @ 9:37 da tarde,

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