Envolta no cerco pela América e pela Rússia Soviética
quarta-feira, abril 19, 2006
Os Estados Unidos que, antes da primeira Grande Guerra, ainda eram uma terra com grandes dívidas à Europa e ainda em muitas coisas uma terra colonial na sua estrutura, tornaram-se entretanto no maior país credor do mundo e numa formação imperial que tentava estender os seus interesses ao mesmo tempo para a Europa, para a África, para a Ásia oriental e para a Ásia menor. Velhos lemas, já há muito tempo gastos e batidos, escondiam o verdadeiro estado das coisas. Assim, muitos povos da Europa ocidental ainda acreditavam numa comunidade das chamadas democracias, enquanto que na realidade atrás disso se desenvolvia, ao lado do imperialismo britânico, o imperialismo norte-americano cada vez com uma avidez maior de rapina, com maior cupidez. Pouco antes da deflagração desta guerra publicou o americano Clarence Streit um memorial programático para a consti¬tuição duma "União de todas as Democracias" que na realidade não significava outra coisa senão que a França, a Bélgica e a Holanda, os Estados nórdicos e ibéricos, deviam constituir um protectorado anglo-norte-americano, dominado por Washington, com o qual os norte-americanos esperavam ganhar para si de uma maneira simples sobretudo as riquezas coloniais dos povos do continente europeu. O livro de Streit foi apoiado pelo presidente Roosevelt. De facto, ele era uma utopia, mas é significativo para o programa de expansão internacional que os Estados Unidos tentavam desenvolver já nessa altura contra a Europa.
Mas simultaneamente, nas costas do nosso continente desenvolveu-se uma outra potência mundial não menos formidável, que sob o emprego das enormes riquezas naturais da Rússia e com os milhões dos seus povos variados, sob o disfarce da doutrina comunista, principiou a esboçar um programa de expansão ainda muito mais consequente, ameaçando ao mesmo tempo a Ásia Oriental e a Europa. Se os Estados Unidos tentaram a cisão vertical do continente europeu nos chamados países democráticos e autoritários, a fim de conseguir a impotência e a destronização da Europa, apropriando-se ao mesmo tempo dos formidáveis territórios coloniais europeus, então a União Soviética avançou em campo horizontal com o auxílio da internacional comunista. No ano do 1932, dispunha ela na Alemanha de 6 milhões de comunistas. Quando esta probabilidade não pôde ser utilizada por Moscovo com a vitória do nacional-socialismo, lançou-se o comunismo sobre a França, onde, com a Frente Popular, foi quase realizada a famigerada teoria de Dimitroff, o chefe da quarta internacional, pelo chamado cavalo de Tróia. Finalmente na Espanha, a onda vermelha desencadeou a guerra civil sangrenta, com a qual os historiadores vindouros designarão o princípio verdadeiro desta segunda Grande Guerra.
Apenas o ressurgimento rápido e não previsto por ninguém da Alemanha sob a chefia de Adolf Hitler, transformando-se numa potência mundial de primeira categoria, impediu já no quarto decénio deste século o êxito das tentativas comunistas de minagem, que finalmente tinham todas por objectivo transformar a Europa verdadeiramente num apêndice da Ásia Soviética. Já Dostojewski, quando con¬siderou Moscovo como a terceira Roma, tinha profeticamente pretendido ver a sorte da Europa no facto de que ela sucumbiria um dia à pressão acumulada das massas populacionais da região russa. Foram poucos apenas os que reconhece¬ram, antes da deflagração desta guerra, a relação interna da ameaça dupla da Europa pela sua cisão tanto vertical como horizontal: segundo Estados e classes. Os povos europeus continuavam obstinados com a sua ideologia de guerras civis. Continuavam a não ter ideia nenhuma de que lhes tinha sido apresentada a questão determinante do ser ou não ser, devido a esta modificação poderosa do mundo. A derrota francesa do ano de 1940 teve uma das suas razões no facto de que o povo francês sentiu instintivamente que tinha sido arrastado para uma guerra, que decorria contra os seus próprios interesses, e na qual não tinha nada a ganhar. Mas tão obstinados eram os antigos preconceitos europeus da nossa época de guerras civis, que ainda nove meses mais tarde os sérvios puderam ser incitados para a sua ruína simultaneamente pelos sovietes e pelos norte-americanos. Aí, em Belgrado, mostrou-se pela primeira vez abertamente a colaboração das duas potências imperialistas extra-europeias que tentavam penetrar na Europa. Elas serviram-se de conjurados de espírito restrito, que, dominados tanto pelas ideologias democráticas como pelas comunistas, procederam contra os interesses dos seus próprios países. Mais uma vez foi mostrado em ponto pequeno com um exemplo drástico, o efeito fatal da cisão vertical e horizontal da Europa.
Só desde há poucas semanas, quando o sexto exército alemão com os seus camaradas romenos e croatas sucumbiu nos escombros de Estalinegrado sob a ban¬deira de guerra tremulando e esfarrapada pelo vento glacial da estepe, puderam talvez os povos deste continente compreender com toda a intensidade que esta guerra, que arrasta a flor da juventude viril da Alemanha para a vastidão do leste, não é somente uma guerra alemã, mas sim a guerra sagrada da Europa. Os finlandeses e os romenos que já tinham sido os dois abrangidos pelas garras do imperialismo soviético, foram talvez os primeiros a compreender de uma maneira mais clara antes de todos os outros povos europeus que conflito de importância histórico-mundial se desenrolava, quando a 22 de Junho de 1941 Adolf Hitler aplicou o golpe contra a ameaça que se tornava cada vez mais horrível de mês para mês. Também húngaros e italianos tinham feito já as suas experiências com o bolchevismo, enquanto os espanhóis e portugueses, no ocidente do continente, tinham tirado os necessários ensinamentos dos sofrimentos da guerra civil. Mas nem todos os povos da Europa viam nas mesmas proporções a relação unitária da ameaça dupla do nosso continente pelo imperialismo americano e pelo soviético. Só agora, quando ficou evidente que a América do Norte e a Inglaterra estão dispostas a entregar ao bolchevismo o continente desde a Turquia até à Fin¬lândia, desde os estónios até aos franceses a espanhóis, a fim de dividirem entre si a presa das riquezas coloniais europeias na África, poderão os suecos talvez com¬preender que Estocolmo e o seu país estariam perdidos, se a frente no Lago Ladoga não se aguentasse; mas também a França, a Bélgica e a Suiça abrangerão que entre eles e o aniquilamento só se encontra a muralha formada pelos corpos e pelos canhões dos granadeiros alemães, longe da sua pátria.
Mas simultaneamente, nas costas do nosso continente desenvolveu-se uma outra potência mundial não menos formidável, que sob o emprego das enormes riquezas naturais da Rússia e com os milhões dos seus povos variados, sob o disfarce da doutrina comunista, principiou a esboçar um programa de expansão ainda muito mais consequente, ameaçando ao mesmo tempo a Ásia Oriental e a Europa. Se os Estados Unidos tentaram a cisão vertical do continente europeu nos chamados países democráticos e autoritários, a fim de conseguir a impotência e a destronização da Europa, apropriando-se ao mesmo tempo dos formidáveis territórios coloniais europeus, então a União Soviética avançou em campo horizontal com o auxílio da internacional comunista. No ano do 1932, dispunha ela na Alemanha de 6 milhões de comunistas. Quando esta probabilidade não pôde ser utilizada por Moscovo com a vitória do nacional-socialismo, lançou-se o comunismo sobre a França, onde, com a Frente Popular, foi quase realizada a famigerada teoria de Dimitroff, o chefe da quarta internacional, pelo chamado cavalo de Tróia. Finalmente na Espanha, a onda vermelha desencadeou a guerra civil sangrenta, com a qual os historiadores vindouros designarão o princípio verdadeiro desta segunda Grande Guerra.
Apenas o ressurgimento rápido e não previsto por ninguém da Alemanha sob a chefia de Adolf Hitler, transformando-se numa potência mundial de primeira categoria, impediu já no quarto decénio deste século o êxito das tentativas comunistas de minagem, que finalmente tinham todas por objectivo transformar a Europa verdadeiramente num apêndice da Ásia Soviética. Já Dostojewski, quando con¬siderou Moscovo como a terceira Roma, tinha profeticamente pretendido ver a sorte da Europa no facto de que ela sucumbiria um dia à pressão acumulada das massas populacionais da região russa. Foram poucos apenas os que reconhece¬ram, antes da deflagração desta guerra, a relação interna da ameaça dupla da Europa pela sua cisão tanto vertical como horizontal: segundo Estados e classes. Os povos europeus continuavam obstinados com a sua ideologia de guerras civis. Continuavam a não ter ideia nenhuma de que lhes tinha sido apresentada a questão determinante do ser ou não ser, devido a esta modificação poderosa do mundo. A derrota francesa do ano de 1940 teve uma das suas razões no facto de que o povo francês sentiu instintivamente que tinha sido arrastado para uma guerra, que decorria contra os seus próprios interesses, e na qual não tinha nada a ganhar. Mas tão obstinados eram os antigos preconceitos europeus da nossa época de guerras civis, que ainda nove meses mais tarde os sérvios puderam ser incitados para a sua ruína simultaneamente pelos sovietes e pelos norte-americanos. Aí, em Belgrado, mostrou-se pela primeira vez abertamente a colaboração das duas potências imperialistas extra-europeias que tentavam penetrar na Europa. Elas serviram-se de conjurados de espírito restrito, que, dominados tanto pelas ideologias democráticas como pelas comunistas, procederam contra os interesses dos seus próprios países. Mais uma vez foi mostrado em ponto pequeno com um exemplo drástico, o efeito fatal da cisão vertical e horizontal da Europa.
Só desde há poucas semanas, quando o sexto exército alemão com os seus camaradas romenos e croatas sucumbiu nos escombros de Estalinegrado sob a ban¬deira de guerra tremulando e esfarrapada pelo vento glacial da estepe, puderam talvez os povos deste continente compreender com toda a intensidade que esta guerra, que arrasta a flor da juventude viril da Alemanha para a vastidão do leste, não é somente uma guerra alemã, mas sim a guerra sagrada da Europa. Os finlandeses e os romenos que já tinham sido os dois abrangidos pelas garras do imperialismo soviético, foram talvez os primeiros a compreender de uma maneira mais clara antes de todos os outros povos europeus que conflito de importância histórico-mundial se desenrolava, quando a 22 de Junho de 1941 Adolf Hitler aplicou o golpe contra a ameaça que se tornava cada vez mais horrível de mês para mês. Também húngaros e italianos tinham feito já as suas experiências com o bolchevismo, enquanto os espanhóis e portugueses, no ocidente do continente, tinham tirado os necessários ensinamentos dos sofrimentos da guerra civil. Mas nem todos os povos da Europa viam nas mesmas proporções a relação unitária da ameaça dupla do nosso continente pelo imperialismo americano e pelo soviético. Só agora, quando ficou evidente que a América do Norte e a Inglaterra estão dispostas a entregar ao bolchevismo o continente desde a Turquia até à Fin¬lândia, desde os estónios até aos franceses a espanhóis, a fim de dividirem entre si a presa das riquezas coloniais europeias na África, poderão os suecos talvez com¬preender que Estocolmo e o seu país estariam perdidos, se a frente no Lago Ladoga não se aguentasse; mas também a França, a Bélgica e a Suiça abrangerão que entre eles e o aniquilamento só se encontra a muralha formada pelos corpos e pelos canhões dos granadeiros alemães, longe da sua pátria.
- Giselher Wirsing, Nós, os Europeus (Separata extraída da revista “Sinal”, nº 6, Março de 1943)
posted by Nacionalista @ 3:17 da tarde,