Elogio do Rei

Como ando sem vontade nem paciência para escrever duas linhas que sejam, deixo-vos aqui alguns comentários respigados numa caixa de comentários do blogue Reconquista. O título é da minha autoria.

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Não, caro senhor, quero dizer monarquista, quero um Rei que reine; não me interessa um rei faz de conta, só porque é bonita a Monarquia. A Monarquia, como indica o termo, é o regime onde Um só manda, não sendo as "monarquias constitucionais" verdadeiras monarquias, senão a corrupção das mesmas. "Monarquista", termo velho, permite-me distinguir-me dos monárquicos conformistas ou vaidosos dos quais é feita muita dessa praça.

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A Monarquia não é por [a]mor do Rei mas por amor à Nação - aos que estão, estiveram e estarão. O maior bem é o da liberdade – individual e concreta, não a abstracção mentirosa pela qual se fomentam os motins a que chamam revoluções. Assim, a função do Rei é defender e fomentar a liberdade dos seus compatriotas.

Agora sou eu que não percebo o que entende, o caro senhor, por Ordem. Se ordem é imposição de preconceitos, de preceitos irrelevantes, a invasão atrevida das vontades e dos sentimentos alheios por uns que se julgam melhores ou mais prescientes, não quero essa ordem. Se o Rei nomeasse uns ministros que impusessem a obrigação da "sua" Escola, do "seu hospital" e da sua "previdência social" eu não queria esse Rei.

Mas um Rei verdadeiro e honrado não invade a esfera privada, tem mais e melhor de que se ocupar: na defesa, na justiça, na estrada.

Porquê então o Rei e não um qualquer ditador? Porque ao ditador faltará sempre a nobreza de ânimo que caracteriza o Rei. O rei é um Senhor, senhor de si, dos seus meios, públicos e privados, ele próprio livre e independente; não conhece outra forma de considerar os seus compatriotas senão como senhores livres e independentes. Digno, o Rei trata dignamente. O ditador, para dizer o menos, em geral, desilude.

Fica pois a saber, o meu amigo que um libertário encara o Rei como um exemplo de Homem livre e íntegro que cumpre honesta e precisamente o seu Trabalho.

Ao Rei o que é do Rei.

Nada mais.

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Diz-me o meu amigo: «"Libertário", nunca foi outra coisa que não uma forma de anarquia, a rejeição de regras, de valores comuns, de senso comum, de nivelamento social."»

Rejeição de regras? Mas só existe uma regra fundamental. A da não iniciação de violência, acrescento, física ou mental. Por palavras mais vulgares: "Não roubarás! Não mentirás!". Que outras regras quer? Aplique as duas citadas à diversidade de situações encontradas na sociedade e reconstituirá, na sua simplicidade e vigor, toda uma legislação.

Que é a honra senão a consciência e acatamento fiel dessas normas essenciais aplicadas aos outros e A NÓS PRÓPRIOS?

Diga-me lá se isto não é o mais perfeito senso comum?

Refere o "nivelamento"… Pois não há melhor nivelamento do que o construído pelos próprios: Cada um vale o que vale. Trabalho para subir, então, subo. Prefiro descansar, então, fico. Opto por matar-me, então, morro. E não há título que valha (pior que o título de nobreza é o título académico, os doutores livrecos são asquerosos ao contrário dos condes e marqueses que, na condição de não serem uns petulantes, até são agradáveis no trato e superiores na visão).

Você ainda não reflectiu sobre a ideia de que a Monarquia, ao menos a Monarquia europeia, é um produto do anarquismo, a forma mais acabada do anarquismo que prevaleceu na Idade Média inicial. Os historiadores mais clarividentes situam o auge da civilização europeia, o seu período dinâmico, brilhante, pelos séculos XI, XII, XIII et pour cause.

Nesse tempo, era o Rei e o Povo. Os intelectuais trabalhavam a copiar iluminuras e a aperfeiçoar os métodos da economia. Mas eram os monges. Bastava. Depois, vieram os letrados, os magistrados, os meirinhos e toda uma corja de inúteis que, ardilosamente, tudo quiseram complicar. Estamos na mão de teóricos.

Vem-me você falar da desejável "divisão entre os que fazem as leis e aqueles que as cumprem." Pois, os que as fazem não as cumprem… Perdoe a momentânea ironia. Parte você do princípio que todas as leis são boas. E eu digo-lhe que a maioria não presta e que bastam duas ou três. Agora não se confunda Lei e regulamento tendo este uma natureza técnica especial. Mas na área da regulamentação moderna, técnica, nota-se a mesma burocratização idiota que tem ocorrido na lei civil e penal desde há séculos.

Fala você de elites… Que elites? No seu blog tem um símbolo de proibição à maçonaria. Quer mais completa elite? Porque não a aceita? As elites são uma fraude se não se constituem espontaneamente. As nossas elites académica, judicial, militar, política são uma m… São-no porque vivem todas à custa da gamela comum, não têm honra!

De que elite precisa o Rei? Eu digo-lhe. Como sempre, homens de armas e pouco mais.

A perfeição do Rei está na sua independência dessas elites mafiosas que surgem como cogumelos ou das que estão no terreno desde o tempo dos meirinhos. Independência que lhe advém de ser um "homem forte" e não um merdas qualquer.

Compare o nosso Rei, D. Duarte, com Cavaco Silva. Aí tem a diferença entre um Homem e um Merdoso. E, no entanto, o merdoso é das elites e "subiu na vida a pulso" enquanto o Homem esteve onde está desde há séculos. Para ser forte faltam-lhe as armas porque coragem e vontade já as tem.

Dizia, D. Duarte, numa entrevista relativamente recente: "Interessa-me a economia que conta (a produção não a especulação)…" Como libertário, digo o equivalente da Lei.

Quanto ao estado da sociedade, vivemos num comunismo governado pela maçonaria. Essa é a República: Escola obrigatória, hospital obrigatório, serviço militar obrigatório, etc.

Não me venha colocar, na sua argumentação, Monarquia e República, de braço dado, contra o "anarquismo" ou contra ou a favor seja do que for. Monarquia e República estão separadas, no mínimo, por um assassínio.

posted by Nacionalista @ 4:46 da tarde,

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