O julgamento que o Ocidente preferiria esquecer

O julgamento de Slobodan Milosevic iniciou-se há quatro anos atrás na Haia. Disseram-nos que se tratava do “mais importante julgamento desde Nuremberga”. Desde então, nunca mais se ouviu falar do julgamento, o que é pena, já que as audiências têm estado longe de ser aborrecidas.

Vejamos o caso de Ratomir Tanic, um “insider” que alegadamente assistiu às ordens de Milosevic para a expulsão dos Albaneses do Kosovo. Tanic não foi sequer capaz de dizer em que andar ficava o escritório de Milosevic e veio-se a saber mais tarde que era pago pelos serviços secretos britânicos.

Depois tivemos o testemunho de Rade Markovic, antigo chefe dos serviços secretos jugoslavos. Esperava-se que Markovic denunciasse o seu ex-patrão, mas em vez disso confessou que foi submetido a ano e meio de “tortura e pressão” para assinar um documento preparado pelo tribunal. E como se não fosse suficiente, um capitão muçulmano do exército jugoslavo testemunhou que nunca tinha visto – ou ouvido falar – de ataques a civis albaneses no Kosovo.

Durante a sua defesa, Milosevic tentou demonstrar o grau de cooperação entre o Ocidente e os militantes islamistas nos Balcãs. Mostrou um vídeo de Lord (Paddy) Ashdown inspeccionando armas do Exército de Libertação do Kosovo (UÇK) e prometendo aos seus líderes que faria “o seu melhor” para lhes conseguir apoio. Revelou também um documento do FBI detalhando a extensão do envolvimento da Al-Qaeda na região. Quem quer que tenha seguido o julgamento tem o direito de perguntar ao nosso governo porque é que alinhou com os extremistas muçulmanos, que são supostamente nossos inimigos mortais.

Ainda bem para Tony Blair que o mais importante julgamento desde Nuremberga já não parece ser tão importante.

- Neil Clark

posted by Nacionalista @ 7:41 da tarde,

0 Comments:

Enviar um comentário

<< Home